02/11/2011

Para o Meu Netinho


Eu ainda não te conheço pessoalmente, mas sei que tu mudarás a minha vida para sempre. Não sei qual será a cor dos teus olhos, se os teus cabelos serão lisos como os do teu pai ou encaracolados como os da tua mãe, sei, no entanto que vou afagá-los com muito carinho e que muitas vezes  irás adormecer com estes afagos. 

Eu não sei se terás pouca estatura como tua mãe ou serás alto como o teu pai, mas que serás um grande homem eu não tenho nenhuma dúvida. Talvez tu sejas calminho, talvez agitadinho, farás travessuras, irás me cansar de tantas sapequice e ainda assim eu te acharei o melhor menino do mundo. 

Não sei ao menos o teu nome, teu pai quer chamá-lo de Ygor, tua mãe de Rafael, para mim independente do que eles escolham será o nome mais lindo do mundo. E apesar disto, teu nome já está gravado dentro do meu coração. 

Tu chegarás a um mundo sedento por justiça, numa era que os cientistas sociais chamam de Modernidade Líquida, onde os laços de afetos estão cada vez mais fluídos e raros, mas não te preocupe, nossos laços serão sólidos como uma rocha e preciosos como um diamante. 

Eu te amarei por todos os meus dias, tu serás o início de uma descendência que irá se perpetuar, terás a importância de ser o meu primeiro netinho e o primogênito de seus pais, serás também o primeiro sobrinho de teus tios maternos e o primeiro afilhado do teu dindo Tiago. Entendeu agora, Guri, o que te espera aqui fora? 

Tu estás parecendo celebridade, estão todos te aguardando ansiosamente, viraste o assunto da vez, todos querem saber teu nome, teu tamanho, se estás bem e principalmente quando chegas. Não tenha medo de vir para este mundo de doidos, pois está cheio de gente mais doida ainda, feliz pela tua chegada. 

Eu ainda não me apresentei a você: - Sou tua avó materna, a vovó Célia. A vó que irá te levar para conhecer o mar, a vó que irá te acompanhar nos teus primeiros meses de vida, a vó que irá te livrar dos castigos dos teus pais quando tu fizeres uma travessura, a vó que te ensinará a gostar de Guns in Roses, a vó que te passará o gosto pela leitura, a vó que irá te ensinar a cantar o hino rio-grandense, a vó que já te ama tanto e que está louca para te ter nos braços. Eu te amo muito e te agradeço pelo rumo que tens dado a minha vida. Aguardo-te aqui fora, meu pequeno ser! Até breve!


Célia Araújo

01/11/2011

A Omissão Masculina ao Final do Relacionamento


Homem não termina relacionamentos, isto é cruel, deprimente, covarde, mas é fato. Nunca tive  namorado que terminasse comigo e quando falo com minhas amigas recebo delas a mesma informação. O homem enrola, se torna distante, comete erros grosseiros e fica esperando o momento em que a parceira, cansada de tantas tentativas inúteis de salvar sua relação, finalmente jogue a toalha em sinal de desistência.

O relacionamento esfria, o sujeito se torna cada vez mais ausente, os assuntos quando surgem se resumem a comentários de telejornal. A mulher se escabela tentando achar um motivo para esta situação, muitas vezes se culpa por achar que poderia ter dado mais de si, pensa ser apenas uma crise, tenta DRs para salvar o casamento, simpatia, apela para o horóscopo do dia, quem sabe um conselho de amiga, uma psicóloga... Até que um dia cai a ficha e põe fim a esta situação. Ele aliviado por não ter tomado a decisão final, ainda massacra mais um pouco, lembrando que a decisão foi dela! Mas será que foi dela mesmo ou ele simplesmente levou-a a tomar esta decisão?

Tem coisa mais cruel que  delegar a outrem a missão dolorosa do final quando é você que quer romper? Acho que sim: o tal de dar um tempo. O que é dar um tempo? Na minha opinião se alguém me pede um tempo na verdade está me pedindo licença para aprontar todas e ainda assim, caso não se agrade da vida de solteiro, volte com a maior cara de pau!  Dar um tempo é pedir que a mulher fique te esperando enquanto você decide, entre uma fanfarra e outra, se vai retomar o relacionamento. Uma mulher quando entra neste jogo de dar um tempo a pedido de um homem, não se sente livre o suficiente para agir como solteira. Então ela sofre por algo que nem se quer sabe se será retomado.

Honestidade é sempre o caminho ideal para homens e mulheres. Se o amor acabou, se a vontade de estar juntos passou, se o brilho nos olhos não existe mais e se tudo isto leva a crer que a relação chegou ao final, assuma sua decisão, converse abertamente sobre isto, diga que chegou ao fim olhando nos olhos, aguente as lágrimas que o outro irá derramar, dê a ele o direito de sofrer, de lamentar e depois sacudir a poeira e dar a volta por cima. É o mínimo que se pode fazer por alguém que te proporcionou muitos momentos felizes!     


Célia Araújo


24/10/2011

Forte Sim, Perfeita Não!


Quando era adolescente, cada namoradinho novo que surgia (e não foram muitos) eu achava que era para sempre, que esse seria o homem da minha vida, com quem eu teria meus filhos e seria feliz por toda eternidade. Então o namoro acabava, eu chorava uma semana e pronto, estava inteira em folha para um novo pretendente. 

Não me considero uma pessoa saudosista, do tipo que fica pensando que tudo no passado era melhor. Eu adoro um desafio! E os desafios estão no presente. No passado fica as lembranças, aquilo que te serve como lição de vida, mas nunca como a própria vida. Ainda assim, peguei-me pensando em como era bom o amor na adolescência, o jeito impulsivo de se resolver as coisas, o se permitir o choro, o reinício, a cura rápida da decepção, tudo tão próprio desta fase! 

Passei por tantas e tantas na minha vida, e sei que os meus amigos que leem este blog também passaram, afinal, as dores fazem parte da vida de qualquer pessoa. Cresci com as dores e com as alegrias, porém não há como negar que a dor ensina muito mais e por tantas perdas (principalmente a da minha mãezinha) acabei amadurecendo muito rápido. Eu cresci, me tornei uma pessoa forte, determinada, segura do que quero e do que não quero, no entanto em momento algum atingi a perfeição. Eu não sou perfeita! Eu choro escondida, mas choro. Tenho dores, aflições, medos, inseguranças, ciúmes, raiva, tristeza e tudo que qualquer ser normal tem... 

Você deve estar se perguntando o porquê de eu escrever isto. Não sei ao certo. Talvez seja por que nos últimos tempos e nas últimas situações que tenho enfrentado sempre escuto alguém me repetir fervorosamente : -"Você é uma pessoa muito forte, vai suportar tudo isto de cabeça erguida!" Não sei como as outras pessoas consideradas forte se sentem ao ouvir isto, quero dizer, no entanto, que eu me sinto roubada no meu direito de chorar, de sentir dor, de mostrar que eu não sou de ferro, que eu tenho um coração, que eu erro, que erram comigo também, que sinto solidão, que tenho TPM, tudo isto apesar de ser gente grande e forte! 

Crescer às vezes dói...Você pensa que tem todas as respostas na sua cabeça e esquece que as respostas estão no coração. Você acha que já sabe resolver tudo e a vida vem e te dá outra equação! Você acredita que já cruzou todos os caminhos e não lembra os atalhos que ainda te falta percorrer. Eu sei que sou GENTE GRANDE, e adoro ser forte, mas será que só de vez em quando dá para bancar a adolescente mimada que precisa de colo e chora fácil?

Célia Araújo

24/09/2011

Como Conquistar uma Capricorniana?


A pedido de um novo colega de trabalho, resolvi escrever "10 dicas de como conquistar uma capricorniana". O moço está interessado em uma menina do signo de capricórnio e como sabe o meu signo, me lançou este desafio. Está aí o resultado, espero sinceramente que o ajude. Quem é o colega? Segredo de confessionário!

1) Capricórnio é o signo do trabalho. Toda capricorniana tem aversão a preguiçosos, então jamais demonstre preguiça a sua pretendente. Ao contrário, mostre-se uma pessoa responsável, é capaz de suas chances aumentarem consideravelmente.

2) Capricornianas são extremamente observadoras, então de maneira alguma, sob nenhuma hipótese, torça o pescoço para olhar aquela bonitona que passar por você,  pois sua pretendente perceberá e não irá tolerar de jeito algum. Para a capricorniana, lealdade é fundamental e isto tem de ficar bem claro antes mesmo da conquista.

3) Mulheres de capricórnio odeiam vulgaridade. Que tal elogiá-la pelo sua discrição e bom gosto? Pode ter certeza que ajudará bastante. Nada de gestos obscenos em público, ok? 

4) As capricornianas gostam de se sentir segura em relação aos seus sentimentos, portanto, demonstre firmeza nas suas ações. Indecisos dificilmente terão chance.

5)Toda mulher gosta de receber presente, independente do signo. Mas para a capricorniana, presentear é uma arte. Quando lhe der um presente, este deve demonstrar o quanto você a conhece e admira. Portanto a dica de presentes é: dê coisas simples, com pouco valor material e muito valor afetivo: cartões com textos inteligentes, flores, chocolate, um bom livro com uma bela dedicatória, etc...

6) Esta dica é imprescindível: jamais esqueça uma data importante. Capricornianas são fissuradas em datas. Se você lembrar dia, hora, segundos em que a conheceu, a data do primeiro olhar, será meio caminho andado nesta conquista...

7)Como já falei, mulheres de capricórnio são observadoras em potencial. Então note-a muito e sempre. Mostre que você percebeu a nova cor do cabelo, elogie-a por seu novo penteado, porém, não seja pegajoso. Elas odeiam homem exagerados e inconvenientes.

8)A oitava dica é muito especial. As capricornianas têm no olhar a sua arma de sedução. Elas falam pouco com os lábios e muito pelo olhar. Esteja atento e tenha um olhar sedutor, discreto e compenetrante. Fale mais com os olhos do que com a boca!

9) Seja educado! Elas não perdoam homens mal educados. Mas, não confunda educação com falta de masculinidade. Mulheres de capricórnio não são chegadas a homens afeminados!

10) A última dica é essencial. Seja sincero sempre. Capricornianas odeiam mentiras. Conte a pior verdade e ela será capaz de lhe entender, mas se mentir será odiado por toda a eternidade!

Bom! Espero que tenha ajudado. Eu como boa capricorniana que sou acredito no amor! E nenhuma conquista será bem sucedida se não houver sentimentos sinceros. A última dica vai de graça: Ame, mas ame intensamente e não precisará se preocupar com nenhuma destas 10 dicas. O amor vence todos os obstáculos!

Célia Araújo

05/09/2011

Caminhos



Embora já conhecendo o caminho, o atalho me seduz.
É aquela sensação maravilhosa do "vamos ver aonde isto vai me levar...
Então eu fujo da estrada planejada e me perco por trilhas desconhecidas.
A adrenalina do medo faz meu coração disparar;
Meus olhos hipnotizam-se diante do novo;
O sangue ferve nas veias e eu tenho a certeza de que estou viva!
O suor lava minha alma e remove minhas angústias:
Os pés sentem prazer em pisar no solo virgem!
Viver é movimentar-se por caminhos ainda não vistos. 
Só a morte é estática!

Célia Araújo

02/09/2011

Quando Quebra o Cristal


Quando estamos diante de alguém de certa importância para nossa vida, seja amigos, colegas de trabalho, vizinhos, ou mesmo um amor, não percebemos que estamos diante de duas pessoas distintas: A concreta, com sua personalidade real, seus defeitos e virtudes, seus traumas e superações e a Abstrata, que nada mais é que uma projeção da nossa mente. 

Muitas vezes em um relacionamento vemos só aquilo que nos favorece e mostramos só aquilo que nos interessa. Muitos dos nossos fracassos e nossas dores ficam guardados em nosso baú interno, até por que não somos obrigados a mostrar. Da mesma maneira, o outro também tem sua bagagem e também tem o direito de preservá-la. Olhamos para aquela pessoa que admiramos tanto, sem saber tudo o que ela já enfrentou e todos os tombos que a vida já lhe deu, criamos o nosso modelo de perfeição baseado na aparência e não na essência. E as aparências enganam, vale lembrar que o Super-Homem, na verdade era um moço tímido e inseguro diante da mulher que amava. 

Com a admiração vem a confiança, passamos a achar que aquela pessoa tão perfeita aos nossos olhos é digna de toda a nossa confiança. Contamos nossas fraquezas, nossos segredos, pedimos conselhos, aceitamos sugestões, nos colocamos na mão do outro. O fato é que muitas vezes temos a necessidade de alguém superior a nós para confiarmos. Esta aí a explicação de confiarmos nossas mazelas a Deus em oração, ele é um ser superior (independente da crenças) e por isto confiamos que resolverá nossos problemas. Então vemos o outro como superior, e se ele é superior eu posso confiar certo? Errado! Ninguém é superior, mas sim diferente, com qualidades diferentes e a confiança é o nosso sentimento mais delicado, um cristal que pode ser quebrado a qualquer momento. 

E agora? Quem será digno da minha confiança? E como posso ser digno da confiança de alguém? 

Esta é uma resposta muito particular. Arriscaria dizer, que digno da minha confiança é que aquele que segura a minha mão nos momentos em que desfaleço, sem se importar se estou chata demais ou roubando seu precioso tempo. Aquele que consegue me enxergar sem falsas fantasias e me amar com meus defeitos e virtudes, aquele que sabe que tenho minhas limitações e as respeita. Aquele que me ouve sem me julgar... 

Do mesmo modo, posso ser digna da confiança de alguém por oferecer meu ombro sem pedir recompensa, por usar de sinceridade sem ser inconveniente, por entender que cada ser tem seu tempo e não querer julgá-la conforme o meu crescimento. E principalmente por não criar de mim, uma imagem de alguém que não existe, construída em cima de mentiras. 

E quando o nosso cristal se quebra, como colar os cacos? Como voltar a confiar em alguém? 

Tente quebrar um cristal na sua mão sem se machucar, ou melhor, não tente, é impossível e eu não quero vê-lo machucado, pois sei que dói. Dói muito! Muito mesmo! Mas passa. Nada é eterno, nem as nossas dores são. E quem é que disse que a gente veio para esta vida apenas para sorrir? Quem nos deu esta garantia? 

Não tente colar os caquinhos do seu cristal! Ou você adquire um novo, ou abandone o que se quebrou. Às vezes, a única alternativa que nos resta é chutar o balde, ainda que se saia machucado no final... Uma vida de mentiras não vale a pena! 

Célia Araújo

22/08/2011

Cobrador de Ônibus


Até bem pouco tempo eu trabalhava como cobradora de ônibus na Companhia Carris Porto-Alegrense. Quando  falava da minha função na empresa, as opiniões eram diversas. Algumas pessoas achavam uma profissão insignificante, sem graça, sem valor... Outras me perguntavam se não tinha medo dos assaltos, como se assaltos só ocorressem em ônibus. Outras elogiavam, dizendo que as mulheres são mais educadas e que as empresas deveriam contratá-las com mais freqüência para a função. Infelizmente, poucas eram as pessoas que conseguiam perceber quão rica é a rotina de um cobrador. Um cobrador observador, é claro! 

Viajam nos coletivos, todos os dias, os mais variados tipos de pessoas. Tem o alegre, que já entra no ônibus sorrindo. Tem o estressado, que briga por coisas mínimas como um atraso em dia de trânsito congestionado. Tem o hipocondríaco, que basta enxergar o cobrador para contar de suas doenças e suas dores. Tem o repórter policial, aquele que já entra relatando as últimas notícias. Tem o meteorologista, dá a previsão do tempo completa para a última semana. Enfim, são todos seres humanos com suas particularidades, suas qualidades e seus defeitos, que proporcionam à tripulação a oportunidade de testemunhar alguns momentos importantíssimos de suas vidas. 

É o cobrador que presencia a emoção da mulher que acaba de receber o resultado positivo do seu exame HCG (exame que confirma a gravidez). Presencia a esperança do desempregado que embarca no ônibus com destino à sua entrevista de emprego. Presencia a paixão nos olhos dos apaixonados que viajam abraçadinhos. A ansiedade da criança que está indo para o seu primeiro dia de aula. O desespero da mãe que está levando o filho febril para o hospital. A dor daquele que acaba de receber uma ligação informando a perda de um ente querido. A felicidade do estudante que passou no vestibular. A solidão de alguns idosos que embarcam no ônibus e dão uma volta completa apenas para não ficarem sozinhos em casa. O choro de quem perdeu o amor de sua vida. A superação dos deficientes visuais que possuem um jeito todo especial de viver a vida... 

Grande parte dos passageiros não divide apenas o espaço interno do ônibus com o cobrador e o motorista, divide também suas emoções, seus sentimentos e suas aflições. Por isto, quando alguém me pergunta quais os requisitos para ser cobrador de ônibus, respondo com convicção: - Maiores de idade, habilidade para lidar com o público e faculdade em sensibilidade! 

Célia Araújo!



19/08/2011

Versão Masculina do Eu Te Amo


Sentindo-se a mais solitária das mulheres, a esposa, durante uma discussão esbraveja ao marido: 

-Você não me ama mais! Só pode! Qual foi a última vez que falou que me amava sem que eu te cobrasse isto? A tua declaração de amor se resume a um "eu também", logo após eu falar que te amo... Cansei do teu desamor... 

O marido consternado com as reclamações, olhando-a nos olhos, responde: 

-Eu sempre falei que te amo, talvez não da maneira que você esperava. 

-Todas as vezes que cheguei em casa cansado do trabalho e me segurei para não descontar meu estresse em você, eu estava dizendo eu te amo. 

-Sempre que tua enxaqueca te perturbava a ponto de te deixar mal humorada e queixosa e eu me controlava para não revidar às suas críticas injustas, eu estava dizendo eu te amo. 

-Nas noites que saíamos para jantar e deixava que você escolhesse aquele restaurante italiano, quando minha real vontade era ir a uma churrascaria, eu estava dizendo eu te amo! 

-Quando eu ficava quieto diante de suas agressões verbais, irritabilidade e sensibilidade excessiva, por acreditar em sua TPM, mesmo que a maioria dos homens que eu conheço não acredite nisto, eu estava dizendo eu te amo! 

-Sempre que fugi das tentações na rua e não me coloquei em situações as quais pudessem te ferir, eu estava dizendo eu te amo! 

-Quando preferia o vinho à cerveja em deferência ao seu gosto, eu estava dizendo eu te amo! 

-Nas noites que ao retornar para casa já te encontrava adormecida e então caminhava delicadamente para não te acordar, pois respeitava o teu cansaço, eu estava dizendo eu te amo! 

-Quando íamos ao cinema assistir a um filme que você escolheu e segurava sua mão durante a sessão, eu estava dizendo eu te amo! 

-Todas as vezes que te incentivei para que lutasse pelos teus sonhos, mesmo não tendo certeza se eu fazia parte deles, eu estava dizendo eu te amo! 

-Todas as vezes que te abracei enquanto dormias e acariciei teu cabelo, eu estava dizendo eu te amo! 

-Em todas as vezes que relevei o fato de falares tão mal de minha família, por acreditar que pudesse ser apenas uma insegurança passageira tua, eu estava dizendo eu te amo! 

-Em todos os elogios que te fiz, seja pela nova cor do cabelo, pela sua inteligência ou mesmo por aquela receita que tanto me agrada, eu estava dizendo eu te amo! 

-Em todos os momentos que cuidei para que tudo saísse como você queria, eu estava dizendo eu te amo! 

-Nos meus olhares, nos meus gestos, nas minhas decisões, nas minhas escolhas, nas minhas preocupações com você, na minha perseverança com a nossa relação, nos meus sonhos, eu sempre falei  eu te amo. Então, humildemente te peço perdão, por te demonstrar o meu amor tanto mais em atitudes do que em palavras...


Célia Araújo!

17/08/2011

Pura Nostalgia



Hoje tive um momento puramente nostálgico. Lembrei o primeiro instante que decidi escrever sobre e para alguém... Isto, depois se tornou  um hábito que me aliviou de tantas dores. Mas vamos às lembranças... 

Estava eu com sete anos de idade, cursando a primeira série do que hoje chamam de ensino fundamental. Aproximava-se o dia das mães e queria escrever uma mensagem em um cartão para minha mãezinha. Meus irmãos mais velhos se ofereceram para me ajudar na tarefa, já que ainda estava sendo alfabetizada e muitas palavras não sabia escrever. Respondi que não! Eu iria escrever a mensagem sozinha, com erros ou sem erros! Então escrevi a minha declaração de amor: "CERIDA MAMÃE, EU TE AMO." 

Sim, eu escrevi "cerida” ao invés de "querida". Riam bastante da minha ingenuidade!!!! Mas, o fato era que não havia aprendido as exceções da nossa tão complicada Língua Portuguesa, e no meu raciocínio simplista de criança que está sendo alfabetizada, julguei: Se C+A é igual a CA, C+E é igual a QUE. E aí cometi a minha primeira e memorável gafe na escrita. 

Minha mãe leu o cartão e se emocionou. Parecia estar diante de uma pedra preciosa. Meus irmão riam compulsivamente que quase se mijaram nas calças. Ai que raiva deles! Não conseguiram compreender que da maneira mais engraçada (e errada na grafia) estava abrindo o meu coração e declarando o meu primeiro amor. Pensando bem, eles compreenderam, a situação é que era muito engraçada e pedia boas risadas. 

Esta minha primeira declaração de amor escrita foi guardada com muito carinho pela minha mãe. As mães têm o dom de valorizar cada pequeno gesto de seus filhos, por mais insignificante que pareça. Infelizmente foi também o último cartão de dia da mães que pude lhe dar. Em fevereiro do ano seguinte ela faleceu e mais do que nunca precisei escrever. Cada angústia, cada sentimento passou a ser registrado no papel, muita vezes em um português mal escrito, porém cheio de emoções absolutamente verdadeiras. Este hábito me acompanhou a vida inteira. Foi, e, é a melhor terapia que encontrei para lidar com a dor e com as alegrias no decorrer da minha caminhada pela vida. 

Escrever tem seus rituais. Quando escrevo sobre alguma lembrança triste ou romântica, por exemplo, gosto ficar escutando bem baixinho, músicas de cantores que expressam fervorosamente seus sentimentos. Entre meus favoritos Janis Joplin, Nirvana, John Lennon, Elvis Presley, Bob Dylan, outros. É interessante, pois parece que estou dividindo a emoção com a música .

Embora hoje, por culpa da tecnologia, eu faça uso do computador, sempre gostei de usar papel e caneta para desabafar. A escrita a mão me provoca reações e questionamentos inimagináveis. Eu começo a escrever e lá pelas tantas cometo um erro de português. Quando o noto, rasuro o papel e escrevo em cima. Sigo em frente e lá pelas tantas me arrependo de alguma frase que escrevi, então, risco sobre ela e continuo a jornada das letras. Ao terminar passo a limpo para um caderno, ou mesmo para o computador. Não descarto, no entanto, o rascunho. Ele é uma preciosidade, foi nele que escrevi coisas das quais não tive coragem de compartilhar, o rascunho me faz humana com erros e acertos e me mostra emoções que eu própria desconhecia. O rascunho me dá o direito de errar e me arrepender! O rascunho é testemunha de que tentei mais uma vez!

No computador tudo é perfeito. Eu erro a grafia e o Word avisa e ainda me dá sugestões. Erro a concordância na frase e ele corrige. Se me arrependo de alguma coisa que escrevi é só deletar e no final, tudo sai perfeito, como se na vida pudesse ser sempre assim, ideias claras, pensamentos objetivos, nada de confusão, nada de erros, nada de borrões, nada dos enganos que nos tornam singularmente humanos! 

De tantos rascunhos, erros e frases equivocadas que já escrevi, cheguei à conclusão que isto é o que nos faz crescer como ser. Olhar para cada vírgula que foi colocada no nosso caminho, cada ponto de exclamação e de interrogação muitas vezes no lugar errado e se permitir escrever um novo pedaço da nossa história. Olhar para os equívocos e sentir coragem o suficiente para admitir que os cometeu, e talvez por isto entender quando o outro erra conosco. Captar cada lição de uma mensagem mal grafada e lembrar que o verdadeiro sentimento está na essência das palavras e não em sua aparência. Usar mais reticências para aquilo que não se tem uma resposta imediata. Ter cuidado ao usar o ponto final!

É, eu avisei no título que era pura nostalgia!


Célia Araújo

15/08/2011

Primeira Impressão



"A primeira impressão é a que fica." Escuto esta frase desde criancinha e houve um tempo que a levei ao pé da letra. Se alguém me despertasse antipatia no primeiro encontro já era o suficiente para não dar uma segunda chance ao vivente. Hoje porém, penso diferente e sinceramente já não me prendo a estereótipos deste tipo. 

A "primeira vez" em tudo na vida é importante. Você nunca esquece os primeiros momentos de um acontecimento, o primeiro dia de aula, o primeiro olhar apaixonado, o primeiro beijo, a primeira transa, a primeira vez que viu alguém que se tornou importante para você, o primeiro, o primeiro, o primeiro... Isto nada mais é que uma reação normal do seu cérebro armazenando fatos que ele ainda não sabe qual importância terá na sua vida. É como se o nosso cérebro reservasse lembranças que ele não sabe se vão se repetir, ok? 

Também concordo que se você for a uma entrevista de emprego, ao primeiro jantar com a sogra ou algo deste tipo, deve procurar causar uma boa primeira impressão. Vá que o cérebro do recrutador ou da sua sogra resolva registrar nos mínimos detalhes este momento e não te dê uma segunda chance. É bom não vacilar! 

O que não concordo é que se julgue uma pessoa apenas pela primeira impressão que ela causou quando se tem a oportunidade de conhecê-la melhor. O hábito de julgar é nato do ser humano, mas, quando baseado em uma única impressão chega a ser cruel. Como se pode afirmar com convicção que uma pessoa é antipática tão somente por não ter distribuído sorrisos na primeira vez? E se ela for excessivamente tímida? E se ela sofre fobia social que a deixa em pânico diante de pessoas as quais não conhece? E se ela está em depressão e por isto o riso é difícil? São tantos os motivos para uma pessoa agir de uma forma não esperada em uma primeira vez. 

Tenho muitos amigos no mundo real e virtual. No entanto, os meus melhores amigos, aqueles que tenho a liberdade de falar o que penso e para quem dou o melhor de mim, não tiveram uma boa impressão a primeira vez que me conheceram. Sou capricorniana (Sim, eu acredito no perfil dos signos), e para um capricorniano o riso não é algo tão fácil de praticar perante estranhos. O capricorniano é carrancudo por fora e um anjo por dentro e, por este motivo, dificilmente fica distribuindo sorrisos em uma primeira vez. Eu até me esforço, mas sai falso, e aí a impressão piora. Todavia, estes amigos valiosos, no nosso primeiro encontro, também tiveram a impressão de uma pessoa antipática. O que fez a grande diferença, foi que não fizeram um julgamento definitivo e absoluto. Deixaram as portas das suas mentes abertas para que eu tivesse a chance de me mostrar como realmente sou. A primeira impressão não prevaleceu, não ficou e graças a isto uma amizade sincera pode ser construída.

Um único contato não pode ser o suficiente para analisarmos a essência de alguém. Algumas pessoas, por motivos diversos e particulares, não conseguem causar uma primeira boa impressão. Do mesmo modo, a pessoa que está analisando  pode estar usando para a avaliação fatos negativos registrados em sua memória,  por exemplo, a semelhança com alguém que não se relacione bem.Ou ainda, a primeira impressão pode ser tão somente preconceito!

Julgamentos precipitados podem nos levar a descartar diamantes pensando se tratar de pedras. A única coisa que realmente fica na primeira impressão é o quanto de empatia e generosidade você consegue usar com um desconhecido. Pense. Será que vale à pena se prender a detalhes tão insignificantes? Permita-se o direito da segunda impressão e encontrará grandes tesouros escondidos!


Célia Araújo

13/08/2011

Não Quero Amor Bege!



Não gosto do bege! Odeio! Tudo precisa de cor e aquilo que não precisa que fique em preto e branco. Definitivamente bege não é cor...O vermelho me apaixona, o azul me acalma, o preto me assusta, o branco me dá paz. E o bege? Não me provoca sensação alguma, é morno, é meio termo!

Os sentimentos são como cores, têm que te provocar ação e reação, te tirar do chão, ou mesmo te dar tranquilidade, mas não podem ser bege, ou me queima a mão, ou me gela a alma, meio termo não me acrescenta. O olhar tem que ser forte, tem que te penetrar a essência, tem que enxergar o que tem dentro. Têm que ter cores!

Tenho necessidade de sentir olho no olho, de sentir o calor do corpo, de ouvir a voz bem próxima ao meu ouvido. Se não for assim, que permaneça a distância, nada pior que conversar com alguém que lê o jornal enquanto fala com você. Ele está ali fisicamente e até escuta algumas palavras suas, mas não te enxerga, é bege, é morno, é meio termo!

Eu quero todas as emoções. Do calor do beijo ao choro da saudade, das noites de amor às noites de insônia, do chope que te refresca ao vinho que te aquece. Quero deitar e sentir que tem alguém do meu lado, que este alguém me ame e que este amor seja vermelho, quente, forte, inteiro. E nas crises, que seja verde esperança. Não quero amor bege!

Jogo-me inteira num sentimento, amo, brigo, choro, sorrio...Sou extremamente passional. Quebro a cara! A paixão ferve os meus neurônios, me enlouquece e se eu sentir que o outro não consegue se entregar, recolho os meu cacos e bato em retirada para não ter o desprazer de viver um relacionamento sem cores. 

Ou me acompanha, ou me deixa ir.  Ou tem a alegria do rosa  ou o preto da desilusão. Ou o sangue ferve nas minha veias ou se aquieta numa lembrança saudosa. Até a dor tem suas vantagens. Até o ódio tem suas nuances. O ódio, assim como o amor, te coloca no centro das atenções. Já a indiferença te faz se sentir bege, transparente, invisível...

Quero que meu amor seja sempre vermelho sangue. Tão forte quanto a minha personalidade, tão quente quanto o sol do verão, tão grande quanto a imensidão do mar. Não quero meios termos, não quero amor morno, o bege não me interessa!


Célia Araújo!

08/08/2011

De Mãe Jovem a Jovem Avó!




Das coisas mais  emocionantes e gratificantes que aconteceu na minha vida, sem dúvida a maternidade é a que mais se destaca. Fui mãe muito jovem, 17 anos, mas a pouca idade não impediu que eu curtisse meus filhos, nem que amadurecesse o suficiente para amá-los e educá-los. Não foi fácil. Deixei de lado os sonhos de adolescente para me perder entre fraldas, mamadeiras e noites mal dormidas. A escola, a balada, os amigos, tudo mais ficou para depois. É incrível como um pequeno ser transforma tanto a sua vida, te priva de muitas coisas, te cobra atitudes adultas e ainda assim te faz imensuravelmente feliz.

Sempre digo que faria tudo de novo. E faria! Cada sorriso dos meus filhos, cada conquista, cada olhar apaixonado, cada pequeno gesto deles fez com que tudo valesse à pena. Eu me realizei como mãe e mulher. Eu aprendi a amar de verdade. A colocá-los sempre antes da minha vontade. Aprendi também a dizer não, mesmo quando isto me doía no peito. E descobri que nada, mas nada mesmo, nem a morte, poderia destruir um amor tão grande quanto o amor materno!

Meus pimpolhos cresceram e embora eu ainda me sinta tão jovem, eles já são adultos, pelo menos na idade, pois no meu coração serão eternos bebês! Cresceram tanto que já estão tomando em suas mãos as rédeas de suas vidas. Esta semana eu tive a notícia que serei Avó. Minha filha Tamíris está grávida. Ela que até bem pouco tempo era só uma criança agora será mãe.

Entre o susto e a alegria surgiram outros sentimentos. Entre outras preocupações o fato de ela ser mãe aos 19 anos, do pai também ser jovem, dos preparativos... Depois deste primeiro minuto de um compreensível impacto total, a alegria toma conta. Sinto-me grávida, esperando por um bebê que está em outra barriga. Sei que esta criança trará muitas alegrias, que este pequeno ser fará pela minha filha o que eles fizeram por mim. Que ela passará por momentos difíceis que toda mãe passa, mas que amadurecerá e será tão feliz com a maternidade quanto eu fui e sou!

Eu avó? Não tive como fugir deste questionamento. Eu me lembro da minha avó em todos os seus detalhes. Uma mulher amável, carinhosa e doce. Adorava ir visitá-la e ficava horas escutando suas histórias. Tenho ótimas lembranças suas. Porém de aparência, tinha cabelos grisalhos preso a um coque, vestido comprido com estampa de flores solto ao corpo, nada de maquiagens, quase nenhuma escolaridade, nenhuma vaidade. Eu sempre acreditei que minha vó era assexuada!

E eu? Sou uma mulher jovem, faço faculdade, ainda saio pra balada, ando de mãos dadas, dou beijo na boca, faço sexo, namoro, uso roupas justas, decotes, tenho piercing no nariz, tatuagens, faço chapinha, danço, ando de moto, uso biquíni, navego na internet e vou ser avó! Isto mesmo eu vou ser avó! E ao contrário do que algumas pessoas pensam, eu não me sinto mais velha por isto. Como ainda sou jovem, terei disposição para correr e brincar com o meu neto, faremos uso juntos das tecnologias da internet, poderei acompanhá-lo quando fizer a sua primeira tatuagem . Todavia, darei a ele o mesmo amor que a minha vó velhinha me dava!

Esposa, mulher, mãe, tia, dinda, avó, são apenas títulos. Que venham todos! O mais importante é o amor e a felicidade que se sente ao conquistar cada um deles. Eu estou muito feliz! Eu serei avó!

Célia Araújo

07/08/2011

Sem príncipes, eu é que sou a princesa!


Quando adolescente sonhava com  o príncipe encantado, montado no seu cavalo branco, que iria me salvar daquela vida tão sofrida e solitária que eu levava..Este pensamento, com certeza, não foi único e exclusivamente meu. Sabemos, que a maioria das meninas fantasiam com o primeiro amor, salvo algumas sortudas e bem resolvidas, as demais ainda acreditam em lindas histórias de amor. Até aí nada de errado, é da idade! Enquanto os meninos querem descobrir os prazeres do seu corpo, as meninas querem encontrar alguém responsável por sua felicidade eterna.

O problema é quando você entra na fase jovem-adulta e ainda continua com este pensamento. No meu caso, o príncipe andava de ônibus, sem cavalo branco, aliás, descobri que o cavalo era ele. Depois dos primeiro meses de felicidade e juras de amor eterno, vieram os problemas reais. Falta de dinheiro para ir ao cinema e enviar flores, faz com que o mais romântico dos homens se transforme em um sapo aos nosso olhos fantasiadores. A culpa é do do outro por não corresponder às suas expectativas? Não. A culpa é sua, tão somente sua, por ainda se comportar como uma adolescente esperando alguém que seja o arquiteto da sua felicidade!

A felicidade é uma conquista individual. Ninguém, em sã consciência pode querer que o outro realize os seus sonhos. É você que deve traçar objetivos na vida e buscar alcançá-los. É você que deve ser interessante para atrair pessoas interessantes. É você que tem de se sentir uma princesa e não necessitar de um príncipe para isto! O outro deve ser um complemento da sua felicidade e não a própria. O outro deve acrescentar e não ser o todo. O outro também tem seus sonhos e você pode e deve fazer parte deles, sonhar juntos, mas jamais ditar os sonhos que ele deve sonhar! É por isto que eu não acredito em metade da laranja e muito menos cara-metade. A minha laranja tem de vir inteira, não quero pedaços. E quanto a cara-metade, um rostinho inteiro coladinho ao seu é bem mais gostoso!

Li a crônica "Todas as mulheres têm 32 anos", da escritora Stella Florence e me identifiquei muito. Ela fala o porquê desta idade ser tão cobiçada pelas mulheres em outras fases de suas vidas. No meu caso, hoje com 38 anos (não adianta mentir idade) lembro com muito carinho dos meus 32 anos. Foi nesta fase da vida que eu bati o martelo: "Não preciso de ninguém para me fazer feliz, eu mesma sou inteligente e capaz o suficiente para isto e também não quero ser a felicidade de alguém, quero servir apenas de inspiração para o outro, de amparo, mas jamais ser o seu alvo de felicidade." As vezes dou umas escorregadas, é verdade, porém, procuro não fazer da exceção, uma regra!

Não despeje no outro suas frustrações. Não espere que ele resolva sua vida. Já é tão desafiador conquistar a própria felicidade, imagina o peso que é carregar a responsabilidade da felicidade alheia. É obvio que quando amamos alguém queremos vê-lo bem, porém, não a qualquer preço. O mais importante num relacionamento, é aprender a amar a si próprio para conseguir amar o seu parceiro. Quem se ama é mais leve, mais natural e mais fácil de ser amado. Não dá para amar alguém que nos sufoca, que nos impõe sentimentos, que nos tira a naturalidade. O verdadeiro amor nos transforma, nos faz crescer, nos faz melhor...Se não for assim não ouse chamar de amor!

Quando deixamos de querer que o amor aconteça em nossas vidas como em um manual de instruções, seguindo regras e pressupostos, somos presenteados com momentos encantadoramente mágicos!


Célia Araújo

29/07/2011

NOSSA BIBLIOGRAFIA



O que leio é tão doce que em ti causa diabetes!
O que lês é tão apimentado que em mim causa hipertensão!
Meus personagens têm alma. Os teus, corpos.
Os meus bebem vinho. Os teus, uísque.
Os meus vestem seda. Os teus andam nus!
Eu, Clarice Lispector. Você, Bukowski.
Eu, Cecília Meirelles. Você Keroauc.
Eu, Martha Medeiros. Você, Rubem Fonseca.
Eu amor. Você tesão!
E na penumbra do nosso quarto,
no calor de nossa cama,
no fervor dos nossos corpos,
a doçura das minhas palavras casa bem 

com picante sabor das suas.
Daria um belo romance!
Ou um grande folhetim. 
Título: "Chocolate com Pimenta"




Célia Araújo



28/07/2011

Para Sempre?!...





 Em um dia desses, navegando na internet me deparei com a seguinte frase: Qual foi o último para sempre que vc acreditou? A autoria estava atribuída a Clarice Lispector, da qual sou fã de carteirinha. Clarice é puro sentimento e fala da alma feminina como poucos.

  Não me contive e postei esta frase no meu perfil. Os comentários não demoraram a chegar. Entre eles, meu amigo Vidal, que disse não acreditar em “para sempre” nem em “nunca mais”. Sábia lucidez masculina! Retruquei dizendo acreditar que todo momento bom é para sempre e se não for, vou em busca de um novo "para sempre"...

  O fato é que esta expressão tem uma magia que talvez seja puramente feminina. Nós mulheres quando estamos amando, acreditamos ser "para sempre" e nos entregamos de corpo e alma a este sentimento, “sem saber que o pra sempre, sempre acaba” como cantou poeticamente, Renato Russo.

  Desta desilusão nasce a dor, que nos parece ser “para sempre”. Depois da dor, a solidão...Ih! Esta chega e provoca estragos que em um primeiro momento também pensamos ser “para sempre”. Depois da maldita solidão, a procura novamente pela metade da laranja (eu só acredito em laranja inteira) que também nos assombra com um “para sempre”.  Então surge em nossas vidas o príncipe encantado e muitas vezes, desencantado... Sonhamos, planejamos um futuro, criamos fantasias e novamente as juras de amor eterno, e fecha o ciclo “para sempre”.

  Não tem jeito, para a maioria das mulheres é “para sempre ou “nunca mais”. Deus foi justo ao escolher o sexo feminino para carregar no ventre a mais verdadeira forma de amor, o amor materno. Fomos presenteadas com o sentimento de “para sempre”. E isto é uma benção divina, desde que nossa disposição para ser feliz também seja “PARA SEMPRE”!

  E agora a pergunta que não quer calar: Qual foi o último para sempre que você acreditou?


Célia Araújo