09/12/2012

O Paciente Amor de Pai


Os homens também amam, os papais que o digam!

Precisam conviver sempre às sombras do amor da mamãe pelo filho. Escutam com a maior resignação todos os dia que amor de mãe não tem igual. Não contestam. Lembram que suas santas mãezinhas lhe proporcionaram infinito amor na infância e calam consentindo com a expressão!

Pedem permissão todos os dias a mamãe para agirem como papais! Seja na hora de passear com o bebê, quando escutam a voz feminina do protesto: "Agora não, o sol está muito quente" ou ainda: "Deixe para outro dia, acho que vai chover", seja na hora de colocar no filho a camisa do time do coração: "Ele ainda não tem time, é pequenino demais para escolher". E o papai acata, afinal não dá para ir contra os apelos d'aquela que tem poder majoritário sobre o bebê! Ela sabe o que faz, sempre sabe!

Sem entrar no mérito dos estudos sociológicos e antropológicos, analisando apenas o senso comum, as mulheres por séculos seguiram a cultura da submissão ao sexo masculino. Mesmo as que se dizem independentes, sempre acabam levando em conta a opinião do homem. Esta submissão, no entanto, acaba quando se refere a como cuidar do filho pequeno. São as mamães que definem o melhor horário do banho, o cardápio do bebê, a escolha da escolinha, a escolha da roupa e se o papai discordar de algum quesito, vai ter que a convencer com muitos argumentos e aturar um beiço arrastando até o chão! Mas, ele não desiste fácil de impor sua participação na vida deste pequeno ser. Está ali, atento, pronto a entrar em cena caso a mamãe abra uma brecha (e ela sempre abre). Está pronto a demonstrar que o amor que ele sente por seu filho é tão grande a ponto de aceitar ficar refém da grandeza do amor materno.

Os papais são também os culpados pelo dengo do bebê. Quando o pequenino faz manha, a mamãe logo acha o grande vilão do episódio "Você está sempre com ele no colo", como se o pouco carinho que ele consegue dar ao filho, perto do que ele realmente sente, fosse motivo de choro e não de alegria. 

Os papais amam de uma maneira única. Resilientes, não entram no jogo do "quem o bebê ama mais?" imposto pela mamãe. Não precisam desta resposta, se garantem com o amor que dão e com o que recebem e ainda incentivam e ensinam o filhinho a amar a mamãe incondicionalmente. Afinal, se a mulher foi capaz de gerar alguém que transformou a sua vida, merece toda esta deferência. O amor do papai é tão sublime quanto o da mamãe, pois é o amor de um pelo outro que se multiplicou e  materializou em outra forma humana! O filho é a benção materializada do amor, e o seu sorriso é o próprio paraíso. 

Célia Araújo

28/05/2012

FALANDO EM ARREPENDIMENTO


Já ouvi muitas pessoas dizerem que não se arrependem do que fazem, só do que deixam de fazer. Acho até que em algum momento da minha vida também devo ter falado isto. Porém, analisando de maneira mais profunda, sabemos que isto é uma grande mentira, e o pior desta mentira é que tentamos nos convencer de que é verdade, e como canta aquela melodia: "Mentir para si mesmo é sempre a pior mentira"! 

As pessoas se arrependem do que fazem, sim! Arrependem-se de terem magoado alguém que não merecia, de terem se precipitado em um julgamento, de terem gasto mais do que deviam, de comprar aquele sapato que nunca foi usado, de criar ilusões sobre alguém, de tomarem uma atitude que teve consequências desagradáveis, etc.. 

Quantas situações você gostaria de ter agido diferente? Quantas escolhas desastrosas já fez? Muitas! E não tem nada de errado em lamentar isto. Perceber o erro é o primeiro passo para mudanças positivas. Reconhecer e lamentar um fato não significa fraqueza e sim amadurecimento. É a partir de uma constatação de escolhas erradas que passamos a avaliar mais atentamente as futuras. Ninguém nasce com um manual de instruções ensinando como agir em cada momento da vida! É no caminhar que aprendemos o caminho! 

Muito dos erros ao qual lamentamos amargamente vem da vaidade, de pensar de si mais do que devia e também da impulsividade, agir respondendo as emoções do momento sem pesar as consequências! E quando estes dois sentimentos se somam, então, o desastre costuma ser maior! Resultado: consciência pesada, aqueles sininhos tiritando na sua mente, dizendo que deveria ter agido diferente... 

Esta semana, um seguidor anônimo do blog deixou comentário em uma postagem, pedindo conselho para um "cara apaixonado e arrependido". A frase deixou nas entrelinhas que se tratava de um homem arrependido por certas atitudes em seu relacionamento que possivelmente levou a uma separação. Fiquei pensando neste amigo anônimo! Notei que estava pedindo socorro, do tipo: O que eu faço para consertar o meu erro? Ou o que eu faço para que ela me perdoe? 

É bom ter em mente que o arrependimento sincero é o primeiro passo para consertar uma atitude errada. No entanto não é uma garantia de receber perdão do outro. Um relacionamento sempre tem os dois lados da moeda, e, vai depender muito de como a outra pessoa irá encarar o seu erro! Quando alguém é magoado tão profundamente, é comum que se faça uma reflexão, que se pense em como foi este relacionamento até o momento da crise, se vale a pena tentar consertar, se conseguirá sobreviver com as lembranças desagradáveis e perturbadoras e principalmente, se conseguirá ser feliz novamente. 

Algumas vezes, o outro até perdoa o erro, entende os motivos, mas não está mais disposto a encarar a relação por não conseguir lidar com os efeitos colaterais: insegurança, medo, ciúmes, etc...E neste caso, é seguir em frente e tentar tirar disto uma lição. Da próxima vez, dê mais valor a sua relação! Paixões são passageiras! Não corra o risco de perder um grande amor! 

De modo geral, arrepender-se significa não querer repetir uma escolha errada! No entanto, não dá para ficar na posição de coitado e se lamentar a vida inteira. Aprenda com os erros e vire a página. Procure fazer escolhas mais conscientes e menos impulsivas. Levante a cabeça e siga em frente! O bom da vida é que sempre haverá novas escolhas, novas decisões, novas oportunidades de acertos e apesar disto continuaremos entre erros e acertos, trilhando esta estrada chamada vida em busca daquilo que nos faz melhor!

Célia Araújo




26/03/2012

Crise Conjugal, É Possível Sobreviver!



O casamento é uma das decisões mais importantes que se faz na vida. E quando digo casamento estou me referindo a toda e qualquer união em que o casal decida por viver sob o mesmo teto, seja ela regulamentada por um cartório civil ou não. Casar significa você dividir a sua vida, seus sonhos, seus objetivos, suas manias, suas esquisitices, suas neuras, seus traumas no dia a dia com uma pessoa que você acha que conhece o suficiente, mas que na verdade, passou a fazer parte da sua vida por um único motivo: o amor.

O casal entra nesta sociedade por apostar neste sentimento. Acreditam que irão superar todas as diferenças, que nada poderá abalar o que sentem um pelo outro e que irão permanecer junto até que a morte os separe. No entanto, infelizmente, a morte não é o único motivo que separa um casal apaixonado, existem outros como infidelidade, incompatibilidade de sonhos, distanciamento, falta de dinheiro ou excesso dele (acreditem, o excesso de dinheiro também separa), divergências sexuais, etc..

A crise chega para mostrar que algo está errado. A impaciência com o outro, o ciúme excessivo, a falta de diálogo, a falta de tempo para o parceiro(a), mau-humor e irritação constante são sintomas que algo não vai bem e que pode piorar se o casal não investir na cura da sua relação. Assim com numa crise financeira em uma empresa, em que os sócios  lutam e tomam medidas para que a sociedade sobreviva, no casamento se ainda há amor, o casal precisa tomar decisões para manter a paz na relação.

Ainda é a mulher a parte mais sensível nesta história e por esta sensibilidade de perceber o trem saindo dos trilhos, paga o preço de tomar a iniciativa nos diálogos nem sempre aceitos pelos homens, já que eles detestam DRs. O diálogo e a persistência são fundamentais. Há de se pensar que só fica numa relação quem quer, então, se ele está do seu lado é por que deseja estar ali, caso contrário já teria feito as malas e ido embora, pois ficar num barco que está afundando também é uma prova da existência de um sentimento verdadeiro.

A crise no casamento é das situações mais desgastantes que se pode passar, mas muitas vezes necessária para colocar as coisas nos seus devidos lugares. Se ainda existe amor, você tenta de tudo. Conversas, terapias, dicas das amigas (nem sempre válidas), livros de autoajuda, visual novo, viagem a dois e nada parece funcionar. Tudo parece perdido. Você olha para aquela pessoa que tanto ama e não o reconhece. Você tem vontade de gritar o quanto está sofrendo. Você sente a dor do desespero entranhando na sua carne. Até que cansada de tanto lutar, entrega os pontos e num desabafo sincero, olhos nos olhos, com a dor de quem está a dar o atestado de óbito do relacionamento, pede que ele vá embora, que saia da sua vida, que lhe deixe sofrer com dignidade e sozinha, que lhe de o direito de recomeçar...

E neste momento, ou o parceiro aceita sua decisão acreditando não haver mais cura para o mal, ou no desespero de salvar um amor que ele sabe ainda existir e que apenas está sufocado pelos problemas, pede clemência, joga a toalha, se entrega. Na sequência desta cena, que embora real pereça de novela, vem de ambos, o choro, o pedido de perdão, as lembranças de todos os momentos bons juntos, as juras sinceras do tentar o recomeço, e uma convulsão de sentimentos inexplicáveis!

E se a vontade de recomeçar for tão forte quanto o sentimento que vos une, a cura desta relação é uma certeza. A partir daí é aprender com a crise a ter maturidade para enfrentar os problemas sem distanciamentos tornado-se cada vez mais fortes. Amar sempre vale a pena!!!! E como disse Fernando Pessoa: "Não conheço nenhuma outra razão para amar, senão amar."

Célia Araújo



25/02/2012

Hoje e Nada Mais


Já imaginou se nossa mente só o hoje registrasse?
Perderíamos lembranças de momentos incríveis e também de grandes tragédias;
Teríamos que todos os dias reinventar nossos sonhos;
Olharíamos sempre para os outros com ar de surpresa;
Amaríamos sempre como a primeira vez;
Não guardaríamos mágoas por além de um dia;
Renovaríamos sempre nossas amizades;
Os desafios seriam sempre novos;
A rotina deixaria de existir;
E a felicidade seria projeto de um único dia...
Psiu! Garçom! Sirva a minha dose diária de amnésia, por favor!

Célia Araújo