29/07/2011

NOSSA BIBLIOGRAFIA



O que leio é tão doce que em ti causa diabetes!
O que lês é tão apimentado que em mim causa hipertensão!
Meus personagens têm alma. Os teus, corpos.
Os meus bebem vinho. Os teus, uísque.
Os meus vestem seda. Os teus andam nus!
Eu, Clarice Lispector. Você, Bukowski.
Eu, Cecília Meirelles. Você Keroauc.
Eu, Martha Medeiros. Você, Rubem Fonseca.
Eu amor. Você tesão!
E na penumbra do nosso quarto,
no calor de nossa cama,
no fervor dos nossos corpos,
a doçura das minhas palavras casa bem 

com picante sabor das suas.
Daria um belo romance!
Ou um grande folhetim. 
Título: "Chocolate com Pimenta"




Célia Araújo



28/07/2011

Para Sempre?!...





 Em um dia desses, navegando na internet me deparei com a seguinte frase: Qual foi o último para sempre que vc acreditou? A autoria estava atribuída a Clarice Lispector, da qual sou fã de carteirinha. Clarice é puro sentimento e fala da alma feminina como poucos.

  Não me contive e postei esta frase no meu perfil. Os comentários não demoraram a chegar. Entre eles, meu amigo Vidal, que disse não acreditar em “para sempre” nem em “nunca mais”. Sábia lucidez masculina! Retruquei dizendo acreditar que todo momento bom é para sempre e se não for, vou em busca de um novo "para sempre"...

  O fato é que esta expressão tem uma magia que talvez seja puramente feminina. Nós mulheres quando estamos amando, acreditamos ser "para sempre" e nos entregamos de corpo e alma a este sentimento, “sem saber que o pra sempre, sempre acaba” como cantou poeticamente, Renato Russo.

  Desta desilusão nasce a dor, que nos parece ser “para sempre”. Depois da dor, a solidão...Ih! Esta chega e provoca estragos que em um primeiro momento também pensamos ser “para sempre”. Depois da maldita solidão, a procura novamente pela metade da laranja (eu só acredito em laranja inteira) que também nos assombra com um “para sempre”.  Então surge em nossas vidas o príncipe encantado e muitas vezes, desencantado... Sonhamos, planejamos um futuro, criamos fantasias e novamente as juras de amor eterno, e fecha o ciclo “para sempre”.

  Não tem jeito, para a maioria das mulheres é “para sempre ou “nunca mais”. Deus foi justo ao escolher o sexo feminino para carregar no ventre a mais verdadeira forma de amor, o amor materno. Fomos presenteadas com o sentimento de “para sempre”. E isto é uma benção divina, desde que nossa disposição para ser feliz também seja “PARA SEMPRE”!

  E agora a pergunta que não quer calar: Qual foi o último para sempre que você acreditou?


Célia Araújo