07/08/2011

Sem príncipes, eu é que sou a princesa!


Quando adolescente sonhava com  o príncipe encantado, montado no seu cavalo branco, que iria me salvar daquela vida tão sofrida e solitária que eu levava..Este pensamento, com certeza, não foi único e exclusivamente meu. Sabemos, que a maioria das meninas fantasiam com o primeiro amor, salvo algumas sortudas e bem resolvidas, as demais ainda acreditam em lindas histórias de amor. Até aí nada de errado, é da idade! Enquanto os meninos querem descobrir os prazeres do seu corpo, as meninas querem encontrar alguém responsável por sua felicidade eterna.

O problema é quando você entra na fase jovem-adulta e ainda continua com este pensamento. No meu caso, o príncipe andava de ônibus, sem cavalo branco, aliás, descobri que o cavalo era ele. Depois dos primeiro meses de felicidade e juras de amor eterno, vieram os problemas reais. Falta de dinheiro para ir ao cinema e enviar flores, faz com que o mais romântico dos homens se transforme em um sapo aos nosso olhos fantasiadores. A culpa é do do outro por não corresponder às suas expectativas? Não. A culpa é sua, tão somente sua, por ainda se comportar como uma adolescente esperando alguém que seja o arquiteto da sua felicidade!

A felicidade é uma conquista individual. Ninguém, em sã consciência pode querer que o outro realize os seus sonhos. É você que deve traçar objetivos na vida e buscar alcançá-los. É você que deve ser interessante para atrair pessoas interessantes. É você que tem de se sentir uma princesa e não necessitar de um príncipe para isto! O outro deve ser um complemento da sua felicidade e não a própria. O outro deve acrescentar e não ser o todo. O outro também tem seus sonhos e você pode e deve fazer parte deles, sonhar juntos, mas jamais ditar os sonhos que ele deve sonhar! É por isto que eu não acredito em metade da laranja e muito menos cara-metade. A minha laranja tem de vir inteira, não quero pedaços. E quanto a cara-metade, um rostinho inteiro coladinho ao seu é bem mais gostoso!

Li a crônica "Todas as mulheres têm 32 anos", da escritora Stella Florence e me identifiquei muito. Ela fala o porquê desta idade ser tão cobiçada pelas mulheres em outras fases de suas vidas. No meu caso, hoje com 38 anos (não adianta mentir idade) lembro com muito carinho dos meus 32 anos. Foi nesta fase da vida que eu bati o martelo: "Não preciso de ninguém para me fazer feliz, eu mesma sou inteligente e capaz o suficiente para isto e também não quero ser a felicidade de alguém, quero servir apenas de inspiração para o outro, de amparo, mas jamais ser o seu alvo de felicidade." As vezes dou umas escorregadas, é verdade, porém, procuro não fazer da exceção, uma regra!

Não despeje no outro suas frustrações. Não espere que ele resolva sua vida. Já é tão desafiador conquistar a própria felicidade, imagina o peso que é carregar a responsabilidade da felicidade alheia. É obvio que quando amamos alguém queremos vê-lo bem, porém, não a qualquer preço. O mais importante num relacionamento, é aprender a amar a si próprio para conseguir amar o seu parceiro. Quem se ama é mais leve, mais natural e mais fácil de ser amado. Não dá para amar alguém que nos sufoca, que nos impõe sentimentos, que nos tira a naturalidade. O verdadeiro amor nos transforma, nos faz crescer, nos faz melhor...Se não for assim não ouse chamar de amor!

Quando deixamos de querer que o amor aconteça em nossas vidas como em um manual de instruções, seguindo regras e pressupostos, somos presenteados com momentos encantadoramente mágicos!


Célia Araújo

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