26/03/2012

Crise Conjugal, É Possível Sobreviver!



O casamento é uma das decisões mais importantes que se faz na vida. E quando digo casamento estou me referindo a toda e qualquer união em que o casal decida por viver sob o mesmo teto, seja ela regulamentada por um cartório civil ou não. Casar significa você dividir a sua vida, seus sonhos, seus objetivos, suas manias, suas esquisitices, suas neuras, seus traumas no dia a dia com uma pessoa que você acha que conhece o suficiente, mas que na verdade, passou a fazer parte da sua vida por um único motivo: o amor.

O casal entra nesta sociedade por apostar neste sentimento. Acreditam que irão superar todas as diferenças, que nada poderá abalar o que sentem um pelo outro e que irão permanecer junto até que a morte os separe. No entanto, infelizmente, a morte não é o único motivo que separa um casal apaixonado, existem outros como infidelidade, incompatibilidade de sonhos, distanciamento, falta de dinheiro ou excesso dele (acreditem, o excesso de dinheiro também separa), divergências sexuais, etc..

A crise chega para mostrar que algo está errado. A impaciência com o outro, o ciúme excessivo, a falta de diálogo, a falta de tempo para o parceiro(a), mau-humor e irritação constante são sintomas que algo não vai bem e que pode piorar se o casal não investir na cura da sua relação. Assim com numa crise financeira em uma empresa, em que os sócios  lutam e tomam medidas para que a sociedade sobreviva, no casamento se ainda há amor, o casal precisa tomar decisões para manter a paz na relação.

Ainda é a mulher a parte mais sensível nesta história e por esta sensibilidade de perceber o trem saindo dos trilhos, paga o preço de tomar a iniciativa nos diálogos nem sempre aceitos pelos homens, já que eles detestam DRs. O diálogo e a persistência são fundamentais. Há de se pensar que só fica numa relação quem quer, então, se ele está do seu lado é por que deseja estar ali, caso contrário já teria feito as malas e ido embora, pois ficar num barco que está afundando também é uma prova da existência de um sentimento verdadeiro.

A crise no casamento é das situações mais desgastantes que se pode passar, mas muitas vezes necessária para colocar as coisas nos seus devidos lugares. Se ainda existe amor, você tenta de tudo. Conversas, terapias, dicas das amigas (nem sempre válidas), livros de autoajuda, visual novo, viagem a dois e nada parece funcionar. Tudo parece perdido. Você olha para aquela pessoa que tanto ama e não o reconhece. Você tem vontade de gritar o quanto está sofrendo. Você sente a dor do desespero entranhando na sua carne. Até que cansada de tanto lutar, entrega os pontos e num desabafo sincero, olhos nos olhos, com a dor de quem está a dar o atestado de óbito do relacionamento, pede que ele vá embora, que saia da sua vida, que lhe deixe sofrer com dignidade e sozinha, que lhe de o direito de recomeçar...

E neste momento, ou o parceiro aceita sua decisão acreditando não haver mais cura para o mal, ou no desespero de salvar um amor que ele sabe ainda existir e que apenas está sufocado pelos problemas, pede clemência, joga a toalha, se entrega. Na sequência desta cena, que embora real pereça de novela, vem de ambos, o choro, o pedido de perdão, as lembranças de todos os momentos bons juntos, as juras sinceras do tentar o recomeço, e uma convulsão de sentimentos inexplicáveis!

E se a vontade de recomeçar for tão forte quanto o sentimento que vos une, a cura desta relação é uma certeza. A partir daí é aprender com a crise a ter maturidade para enfrentar os problemas sem distanciamentos tornado-se cada vez mais fortes. Amar sempre vale a pena!!!! E como disse Fernando Pessoa: "Não conheço nenhuma outra razão para amar, senão amar."

Célia Araújo